Nem toda mulher é mãe.
Mas quase toda mulher carrega, de algum jeito, histórias ligadas à maternidade.
Seja porque é filha de alguém, porque materna outras pessoas, porque decidiu não ser mãe, ou porque não pôde.
E essas histórias, contadas ou silenciadas, moldam o jeito que nos sentimos no mundo.
Nesta semana, em que se celebra o Dia das Mães, o convite é pra olhar com mais profundidade pra esse lugar simbólico chamado “mãe”.
Não aquela idealizada, perfeita, que sorri o tempo todo. Mas a mãe real, com falhas, silêncios e dores não ditas.
Aquilo que não é falado, acaba sendo repetido.
Muitas de nós vivemos com pesos que não entendemos, culpas, medos, cobranças, que talvez tenham começado antes mesmo do nosso nascimento.
São marcas que vêm de gerações: a avó que engoliu o choro, a mãe que aprendeu a calar, a filha que tenta sobreviver sentindo demais.
Carregamos ausências, exigências, e a sensação constante de que “precisamos dar conta”.
Aprendemos a maternar os outros antes mesmo de sabermos como cuidar de nós.
E é nesse ponto que a saúde mental da mulher precisa de espaço. Porque por trás do sorriso cansado de muitas mães, existe uma história não ouvida. Por trás da força, há fragilidade escondida. E por trás da repetição, há um pedido de cura. Talvez, o maior presente neste Dia das Mães não seja uma flor ou uma lembrança. Talvez seja o reconhecimento.
De que nem todas tiveram a mãe que precisavam.
De que ser mãe é mais do que parir, é escutar, é sentir, é sustentar vínculos.
E de que toda mulher merece ser cuidada, especialmente aquela que cuida de todos.
Que neste domingo, possamos honrar a verdade de cada história.
E, acima de tudo, possamos aprender a ser mães de nós mesmas, com afeto, escuta e tempo.