Prosseguindo nas investigações para apurar a motivação do assassinato de Franciele Gusso Rigoni, a Polícia Civil realizou buscas na casa onde ela morava com o marido Adair José Lago, que está preso temporariamente, suspeito pelo crime. Na ação, os investigadores localizaram cartões de crédito de diversos bancos, além de duas apólices de seguro, que totalizam R$ 1,4 milhão.
Além disso, um troféu esportivo aparentemente continha sinais de sangue, mas este fato só poderá ser confirmado após perícia no objeto. Estes novos fatos reforçam as suspeitas sobre Lago, que continua negando ter matado a esposa. Eles moravam em um condomínio de luxo em Pinhais, e Franciele foi encontrada morta dentro do próprio carro em Colombo.
O CRIME – No último dia 31, Adair José Lago acionou a Polícia Militar alegando que a esposa estava desaparecida. Franciele supostamente teria combinado de buscá-lo em um material de construção de Pinhais, mas não apareceu na hora combinada. Seu corpo foi encontrado na Av. Papa Calixto II, no Guarani.
A princípio, a polícia não havia identificado evidências que ligassem Adair Lago ao crime. O casal havia sido vítima de um sequestro três semanas atrás, porém não havia indícios de correlação com este crime. Imagens de câmeras de segurança do condomínio de luxo onde ambos moravam e marcas de sangue no local levantaram a suspeita de que ele tenha cometido o crime.
Lago foi preso temporariamente pela equipe da Delegacia do Alto Maracanã no último dia 2, durante o velório da esposa, no Cemitério Vertical, em Curitiba. Na ocasião, o advogado do marido, Jefferson Nascimento da Silva, disse que seu cliente se declarou inocente à defesa e está à disposição para colaborar com as investigações.
Um vídeo de câmera de segurança mostra Adair deixando o condomínio onde o casal morava de carro, com o corpo de Franciele na mesma posição que foi encontrado pela polícia. “Precisamos verificar as imagens que a Polícia tem, verificar se a Franciele já estava sem vida nelas e se as marcas de sangue encontradas realmente são da esposa”, afirmou o defensor.
“Ele deixou celular, dados bancários e outras informações à disposição. Não podemos presumir que ele seja culpado até que a investigação seja concluída, e nós acompanharemos as diligências da Polícia Civil”, complementou. Ainda segundo o advogado, o casal vinha sendo ameaçado, e uma familiar da vítima estaria ciente dessa situação.
RISCO DE FUGA – Segundo a Polícia Civil, movimentações financeiras apontavam risco de fuga de Lago, o que motivou o pedido de prisão. Herculano de Abreu, delegado da Delegacia do Alto Maracanã, afirmou que os indícios de que Lago seja o autor do crime são robustos. Na saída da Delegacia do Alto Maracanã para o Fórum da cidade, onde passou por audiência de custódia, Adair afirmou à imprensa que é inocente.
No dia seguinte à prisão, a Polícia Civil localizou em Quatro Barras o tapete da casa de Franciele e Lago. Ele havia sido queimado e, no mesmo local, os investigadores ainda encontraram documentos do suspeito. A ausência do tapete foi sentida pelos próprios policiais, durante diligências na residência do casal.