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Registros de acidentes com aranha-marrom na Capital diminuem durante pandemia

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, o número de acidentes com aranha-marrom em 2020 apresentaram uma queda de 44%. No ano passado foram registrados 472 acidentes, enquanto em 2019 foram 848 registros. Este foi o menor número dos últimos 28 anos.

A redução pode ser explicada em partes pela pandemia, que deixou as pessoas mais tempo em casa. Ao invés desse fator causar mais acidentes, o que se viu foi exatamente o contrário. “Como as pessoas estão ficando mais em casa, aumentam os cuidados com a limpeza, que é a forma mais eficaz de prevenção”, destacou Marcelo Vettorello, biólogo do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.

A notificação dos acidentes com o aracnídeo é obrigatório no Brasil desde o ano de 1993, quando foram registrados 1.852 casos de picadas. Em meados dos anos 2000, a cidade chegou a ultrapassar os 3 mil registros.

Prevenção

Curitiba é uma das cidades com mais casos de acidentes com picadas de aranha-marrom no país. A espécie é bastante característica da região e costuma dar mais problemas no período de calor, que favorece a circulação destes animais para buscar alimentos e parceiros para reprodução.

A aranha-marrom costuma se esconder em roupas, calçados, roupas de cama e de banho. São nesses momentos que as picadas costumam acontecer, pois apesar de não serem agressivas, as aranhas acabam picando quando são prensadas, agindo em defesa.

O biólogo Vetorello explica que manter a limpeza da casa é fundamental, afinal, quando não estão passeando por aí, as aranhas se estabelecem em lugares secos e escuros como frestas, rodapés e atrás de móveis. O uso do aspirador de pó é bastante aconselhável. Além disso, é preciso não prejudicar os predadores naturais da aranha-marrom. “É importante não matar lagartixas, que além de não oferecerem nenhum risco às pessoas, são excelentes predadores de aranhas”, afirma.

Produtos químicos, como inseticidas, não são indicados para o controle da aranha-marrom. “Além de não ter o efeito desejado, pode ter o agravante de matar as lagartixas do ambiente e causar ainda mais descontrole”, destaca.

Após a picada, o que fazer?

De início, a picada da aranha-marrom não dói e os sintomas começam a aparecer depois de 6 horas, podendo evoluir para casos mais graves em 72 horas.

O ardor no local, seguido de inchaço e vermelhidão são os indicativos mais fortes de que você foi picado por uma aranha-marrom. Se não houver tratamento, pode evoluir para uma lesão que leva muito tempo para cicatrizar, exigindo, às vezes, até um enxerto de pele.

Aos primeiros sinais da picada, a pessoa deve lavar bem o local do ferimento e procurar atendimento numa Unidade de Saúde e, se possível, levar junto a aranha para a identificação, auxiliando assim o diagnóstico. A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba tem protocolo específico para identificar os casos e aplicação dos procedimentos. Somente os casos classificados como graves e com evolução de até 36 horas têm indicação da utilização do soro antiaracnídico.

É importante não manusear nem espremer a lesão. A pessoa picada pela arranha-marrom também deve evitar praticar atividades físicas e não se expor ao sol, tomar banhos quentes ou outra forma de exposição ao calor. Também não deve aplicar nenhum tipo de remédio ou produtos caseiros sem indicação médica, pois a lesão pode infeccionar, agravando ainda mais o caso e prolongando o período de recuperação.

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Redação JC

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