Policiais da Rotam utilizam recursos próprios para salvar vidas

No dia 01/09 uma equipe da Rotam que estava em patrulhamento pelo Maracanã, em Colombo, tomou conhecimento que vários indivíduos estavam agredindo um morador de rua dentro de um estabelecimento abandonado. Como estava próxima, se dirigiu rapidamente e conseguiu avistar 4 homens evadindo o local. Os policiais ao verem pedras e marcas de sangue nos indivíduos, deram voz de prisão e os indagaram sobre o ocorrido. Os mesmos relataram ter espancado um homem dentro do estabelecimento.  

Ao adentrar no local, os policiais se depararam com um indivíduo no chão todo ensanguentado, identificado como Everton. Em seguida a equipe chamou o Siate e começou os primeiros socorros. Ao notarem que a vítima estava com cortes profundos no crânio e com um sangramento massivo, eles utilizaram uma gaze com agente hemostático, que faz parte do kit de APH de combate. “Essa gaze é um produto que ajuda a coagular e parar mais fácil o sangramento, principalmente por ser na cabeça que é uma região mais vascularizada”, garantiu o Sd. Henrique”.

O kit APH são instrumentos de salvamento usados em guerra e que há alguns anos vêm sendo aproveitados por policiais de vários países para salvamento de vidas. No Brasil chegou há mais ou menos 3 anos, mas aqui ele não é fornecido pela polícia estadual nem federal. Aqui a polícia só oferece o treinamento.

Portanto, os policiais que se interessam em adquirir esse material para ajudar a salvar vidas, precisam desembolsar do próprio bolso pelo menos R$ 2 mil reais. 

Foi o caso do Cabo Bordignon, do Sd. Costa e do Sd. Henrique, que estavam em serviço naquela noite e puderam salvar a vida do morador de rua Everton. Cada um adquiriu seu kit próprio e sempre estão repondo seus materiais. “Está um pouco difícil achar esse material nessa época devido à guerra da Ucrânia, já que este é um material muito usado em ambiente de guerra. Então está difícil conseguir importar”, afirmou o cabo Bordignon.   

De acordo com o Sd. Costa, o Torniquete serve para estancar sangue dos braços e pernas em caso de perfurações por arma de fogo ou arma branca, para a área do abdômen e tórax se usa o selo de tórax, que ajuda também a não entrar ar nas perfurações, além de fechar os ferimentos, a bandagem israelense é para fazer a contenção de sangramento menor, já temos uma outra bandagem que é específica para a face, pois tem espaço para proteger a região dos olhos, temos também o aparelho de ventilação, caso a vítima esteja precisando de massagem cardíaca com ventilação, o produto para queimadura, a bolsa de calor caso haja uma hipotermia, além do oxímetro, pinça Kelly para retirar algo de dentro da boca do indivíduo e a tesoura ponta romba para fazer o corte das vestimentas. 

Após esse ato, O Comandante 22º Batalhão de Polícia Militar emitiu uma Referência Elogiosa aos policiais militares: Cb. QPMG 1-0 Carlos Augusto Bordignon, Sd. QPMG 1-0 Anderson Adriano da Costa, e Sd. QPMG 1-0 Toni Henrique da Silva.

Os mesmos policiais já salvaram a vida de um adolescente em Almirante Tamandaré utilizando o mesmo Kit. 

Esperamos que o Governo Federal, Estadual e até mesmo o Municipal possam equipar nossos policiais com esses kits para que vidas sejam salvas e que nossos policiais, que já não são bem remunerados, não precisem gastar do próprio bolso para fazer algo que não é sua obrigação. Esses são heróis de verdade.