O Ministério da Saúde pretende implantar o CPF como identificador único dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta, segundo o ministro Alexandre Padilha, será formalmente apresentada até julho e tem como objetivo unificar os cadastros e facilitar o acesso da população aos serviços públicos de saúde.
Durante audiência na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (11), Padilha anunciou o compromisso e ressaltou que a medida visa modernizar e integrar os sistemas do SUS. “Vamos transformar o CPF no número-chave do Sistema Único de Saúde. Não é algo que se faz da noite para o dia, mas apresentaremos o plano em julho”, afirmou o ministro aos parlamentares.
Padilha relembrou sua gestão anterior no Ministério da Saúde, entre 2011 e 2014, quando era comum um mesmo cidadão possuir múltiplos cartões do SUS com numerações diferentes. “Na época, conseguimos fazer uma higienização dos dados, vinculando todos os cartões a um mesmo CPF”, explicou. Essa ação foi um passo importante rumo à unificação, mas a adoção total do CPF como identificador ainda esbarrava em obstáculos.
Um dos principais desafios do passado, segundo ele, era a ausência de CPF entre recém-nascidos. “Antes, as crianças não saíam da maternidade com CPF, o que impedia a adoção completa do sistema. Isso mudou graças a uma política do governo Dilma Rousseff, com apoio do Ministério da Saúde”, lembrou. Ele citou o nascimento da própria filha, em 2015, que já saiu do hospital com CPF emitido.
Com o avanço na emissão do documento desde os primeiros dias de vida, o ministro acredita que o principal entrave foi superado. No entanto, admite que ainda há exceções que precisarão de soluções específicas, como o caso de pessoas em situação de rua, indígenas e imigrantes. “Essas situações são exceções dentro dos mais de 200 milhões de usuários do SUS. É possível montar um plano para isso”, garantiu.
A proposta deve facilitar o atendimento, reduzir fraudes e melhorar a gestão de informações no sistema de saúde pública brasileiro.
Fonte: Agência Brasil