Após uma das eleições mais acirradas e polarizadas da história, Trump assegura um segundo mandato, vencendo em estados decisivos e quebrando um tabu de 20 anos no voto popular para o Partido Republicano.
Donald Trump garantiu a vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, conquistando o número de delegados necessário para retornar à Casa Branca. Em uma campanha marcada por reviravoltas e um atentado frustrado contra sua vida, ele obteve êxito em estados-chave e ainda quebrou um jejum de duas décadas para os republicanos ao vencer o voto popular.
A noite eleitoral americana foi uma verdadeira montanha-russa para os apoiadores e para os adversários de Donald Trump. Durante o dia, o país registrou um clima de relativa tranquilidade, apesar de algumas ameaças de bomba terem surgido em diferentes estados. Em locais onde o tempo de espera nas filas para votar ultrapassou seis horas, o ambiente de apreensão era evidente, especialmente em estados cruciais para o desfecho da disputa.
A votação inicial indicava uma corrida apertada entre Trump e sua adversária, Kamala Harris, que garantiu vitórias sólidas em estados tradicionalmente democratas, incluindo a capital Washington. No entanto, o caminho para a Casa Branca foi decidido nos chamados estados “pêndulo” — estados que oscilam entre republicanos e democratas. Este ano, sete estados desempenharam esse papel crítico: Arizona, Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Nevada e Wisconsin.
Trump consolidou sua vitória ao vencer na Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte, assegurando sua vantagem e colocando-se à frente de Kamala Harris no número total de delegados. Além disso, o Partido Republicano conseguiu retomar o controle do Senado e, surpreendentemente, manteve uma boa chance de maioria na Câmara dos Representantes, cenário que contradiz as previsões das pesquisas. Esse domínio republicano no Congresso poderá facilitar a implementação das principais promessas de campanha de Trump, incluindo um controle mais rígido sobre a imigração.
Enquanto a apuração avançava, Kamala Harris assistia ao desenrolar dos votos em sua residência, em Washington, onde pretendia se reunir com apoiadores na Universidade Howard. No entanto, com a vitória de Trump na Geórgia, a campanha democrata já sinalizava que a candidata não se pronunciaria na madrugada, frustrando os apoiadores que aguardavam um discurso. A estratégia dos democratas de contarem com a vitória no “Blue Wall” — Pensilvânia, Michigan e Wisconsin — mostrou-se insuficiente, com Trump assegurando vitórias fundamentais.
Em Mar-a-Lago, sua residência na Flórida, Trump acompanhava a apuração ao lado de figuras como o bilionário Elon Musk, que também foi um dos maiores apoiadores financeiros da campanha, tendo investido mais de 100 milhões de dólares. Ainda antes da confirmação oficial, Musk publicou em sua rede social X a mensagem “Game, set and match”, em tom de comemoração. Durante seu discurso, feito às 2h30 da madrugada, Trump declarou, emocionado, que sua vitória representa um “movimento único” e prometeu uma nova “era de ouro” para o país. Ele também elogiou Elon Musk, a quem chamou de “gênio”, e reafirmou compromissos com a segurança nas fronteiras e políticas conservadoras.
O perfil dos eleitores que garantiu a vitória de Trump oferece pistas importantes sobre a nova configuração do voto americano. Enquanto Kamala Harris liderou entre as mulheres e os eleitores negros, Trump conseguiu reduzir essa diferença entre as mulheres e avançou em 10 pontos percentuais entre os latinos, comparado aos resultados de 2020. Entre os eleitores brancos, Trump foi o favorito, além de ter vantagem expressiva entre pessoas de meia-idade e aquelas sem diploma universitário.
A vitória de Donald Trump marca o início de um novo ciclo político nos Estados Unidos e redefine as dinâmicas do país em várias frentes, da economia à imigração. Com apoio consolidado no Congresso e uma base sólida de eleitores, o novo governo promete realizar mudanças profundas nos próximos quatro anos. O país e o mundo aguardam para ver os impactos dessa nova era trumpista.
Com informações da BBC News Brasil
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