Mesmo com a queda no número de fumantes no Brasil, tabagismo ainda é responsável por milhares de mortes evitáveis todos os anos
Celebrado em 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco reforça os perigos do uso de produtos derivados do tabaco e chama atenção para os benefícios de parar de fumar. Doenças, dependência química e risco à vida são algumas das consequências causadas pelo cigarro e seus similares.
É de conhecimento geral que todo tipo de tabaco é prejudicial e que um ambiente livre de fumaça é mais seguro para a saúde de todos. Ainda assim, muitos começam a fumar por ansiedade, pressão social ou curiosidade — e é aí que mora o perigo.
O cigarro contém mais de quatro mil substâncias tóxicas. É o principal causador de câncer de pulmão e figura entre os maiores vilões quando o assunto são doenças cardiovasculares. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo por causa do tabaco. No Brasil, são cerca de 156 mil óbitos por ano.
O QUE É CONSIDERADO TABAGISMO?
Trata-se de uma doença crônica causada pela dependência da nicotina. Essa substância leva entre 7 e 19 segundos para atingir o cérebro, liberando compostos ligados à sensação de prazer — o que torna o vício difícil de ser combatido.
FATORES DE INFLUÊNCIA
A iniciação ao cigarro geralmente acontece na adolescência, motivada por fatores como aceitação social, exemplo familiar, publicidade enganosa (proibida no Brasil desde 1996) e a falsa sensação de alívio emocional. Os produtos fumados, especialmente cigarros tradicionais e eletrônicos, lideram as vendas.
CIGARROS ELETRÔNICOS: UM RISCO CAMUFLADO
Com apelo moderno, os cigarros eletrônicos ganharam espaço entre os jovens com a promessa de serem menos nocivos. No entanto, eles também contêm nicotina e mais de 2 mil substâncias cancerígenas. Além de causarem dependência, oferecem risco de explosão e lesões físicas. Vale lembrar que sua comercialização é proibida no Brasil.
CONSEQUÊNCIAS DO TABAGISMO
O cigarro prejudica praticamente todos os órgãos do corpo humano. Entre as doenças associadas estão: hipertensão, diabetes, AVC, infarto, tuberculose, impotência, infertilidade, osteoporose, doenças bucais e diversos tipos de câncer — incluindo pulmão, bexiga, fígado, pâncreas e leucemia mieloide aguda.
SEQUELAS E RECUPERAÇÃO
O organismo até tenta se recuperar, mas os danos provocados pelo cigarro muitas vezes são irreversíveis. Doenças respiratórias como bronquite e enfisema são comuns entre ex-fumantes, embora parar de fumar ainda seja a melhor forma de evitar complicações maiores. A boa notícia é que os benefícios surgem rapidamente: em 20 minutos, a pressão se estabiliza; em 48 horas, a nicotina é eliminada do organismo.
TABAGISMO EM GESTANTES E CRIANÇAS
Durante a gravidez, o cigarro pode provocar aborto, parto prematuro, hemorragias e malformações. O fumo passivo, por sua vez, afeta adultos e crianças, podendo causar doenças respiratórias e até morte. Estima-se que mais de 1,2 milhão de pessoas morram por ano devido ao fumo passivo.
TRATAMENTO E SUPORTE PELO SUS
Reconhecer o vício é o primeiro passo. O tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) inclui acompanhamento psicológico, medicamentos como adesivos, pastilhas e bupropiona, além da chamada “abordagem mínima” feita por qualquer profissional de saúde.
PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO
O Programa Nacional de Controle do Tabagismo, coordenado pelo INCA, é uma das principais frentes de combate ao fumo no país. Ele oferece suporte, tratamento e ações de conscientização. A boa notícia é que a taxa de fumantes caiu de 15,7% em 2006 para 9,5% em 2020.
MOTIVOS PARA PARAR DE FUMAR
Melhora da qualidade de vida, aumento da longevidade, economia financeira, maior fôlego e menor risco de doenças são apenas alguns dos muitos motivos para abandonar o cigarro. Com determinação e apoio, é possível vencer o vício.
DICAS PARA PARAR DE FUMAR
Evite gatilhos, adote hábitos saudáveis, substitua o cigarro por água, pratique atividades físicas, busque suporte psicológico e conte com a ajuda de profissionais. Não espere o “momento certo”: o melhor momento é agora.