Nova unidade está com 35% das obras concluídas e deve produzir cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia semanalmente a partir de 2025.

 

O Paraná avança no combate às arboviroses com a construção da maior biofábrica de mosquitos Wolbitos do mundo, instalada em Curitiba. A unidade, com previsão de operação para 2025, visa reduzir a transmissão de doenças como dengue, chikungunya e Zika em áreas de alto risco.

 

Foto: Gabriel Rosa/AEN

 

A mais nova e maior unidade de produção de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, conhecida como Wolbitos, está em construção em Curitiba e tem como meta produzir semanalmente cerca de 100 milhões de ovos para combate a arboviroses no Brasil. Anunciado em um evento comemorativo dos dez anos do Método Wolbachia no país, o projeto é uma parceria entre o Governo do Paraná, Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Fiocruz e o Ministério da Saúde, visando atender prioritariamente municípios com alto risco de dengue.

Em fase de implementação na área do Parque Tecnológico da Saúde, sob a coordenação do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do World Mosquito Program (WMP), a biofábrica curitibana deve ser inaugurada em 2025, quando passará a atender a uma demanda de produção em larga escala. “No Paraná, temos dois municípios, nas regiões Oeste e Norte, que já estão se beneficiando dessa tecnologia. É uma estratégia essencial no enfrentamento à dengue, e o Estado está comprometido com esse avanço,” afirmou Ivana Lucia Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa.

A tecnologia Wolbachia foi introduzida no Brasil pela Fiocruz em 2014, como parte de um programa global desenvolvido na Austrália, e hoje está presente em outras cidades como Joinville (SC), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN). Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, a experiência de uma década tem mostrado resultados positivos, com redução de até 60% nos casos de dengue nas áreas onde o método é aplicado. “Os resultados foram substanciais desde que iniciamos, sempre com respaldo científico. Com essa expansão, buscamos beneficiar cerca de 140 milhões de brasileiros ao longo dos próximos dez anos”, destacou Moreira.

O Método Wolbachia atua impedindo que os vírus se desenvolvam no organismo do Aedes aegypti, reduzindo significativamente a transmissão das arboviroses. Esse método é sustentável e não causa impactos adversos à saúde humana. Desde a inauguração de outras unidades de soltura em Londrina e Foz do Iguaçu, já foram liberados mais de 20 milhões de mosquitos Wolbitos em cidades paranaenses, e a expansão da estratégia para outras áreas do estado está sendo planejada em parceria com o Ministério da Saúde.

A construção da biofábrica em Curitiba representa um marco na prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, fortalecendo as estratégias de saúde pública com uma tecnologia inovadora e sustentável. A expectativa é que a unidade amplie a proteção de milhões de brasileiros contra arboviroses, em uma iniciativa de colaboração entre o governo e entidades de pesquisa.

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