A equipe de rendição, formada por 10 militares e quatro cães farejadores, iniciou os trabalhos no dia 26 de fevereiro, fazendo a cobertura ao efetivo que chegou à cidade uma semana antes, em 19 de fevereiro, quatro dias após a tragédia.
Ao todo, o Paraná enviou 18 bombeiros e seis cães para auxiliar na força-tarefa em Petrópolis. Os bombeiros que participaram da missão têm experiência na busca e resgate em deslizamentos, e parte deles já tinham participado, em 2019, das buscas em Brumadinho/MG após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão.
São equipes especializadas nesse tipo de ocorrência e também no emprego de cães na procura pelas vítimas. Além dos militares do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), também participaram bombeiros do Litoral e do Interior.
“As equipes do Paraná foram designadas principalmente no indicativo, por meio dos cães, dos locais onde poderia haver vítimas, além de auxiliar na remoção e retiradas dos corpos e no apoio a outras demandas”, explica o capitão Luís Gustavo Pimenta, comandante do Canil do Gost e subcomandante do grupo.
Trabalhando nos três turnos, as equipes ficaram disponíveis 24 horas para o auxílio nas operações. “O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro comandou e organizou as buscas, mas houve um trabalho muito integrado com os efetivos de outros estados. Como a área era muito extensa, as equipes trabalhavam simultaneamente, aproveitando as especialidades de cada grupo”, disse.
“A tragédia foi impactante e ficou perceptível o quanto afetou a estrutura da cidade. Teve gente que perdeu tudo e uma quantidade absurda de vítimas”, destacou o capitão Pimenta. “A comunidade estava bem abatida, mas foram muito solícitos e agradecidos, com grupos de voluntários dando apoio aos bombeiros, oferecendo uma fruta ou uma água. O trabalho também precisou ser feito com muito cuidado, porque a continuidade das chuvas colocava as equipes em risco”.
As chuvas fortes que atingiram Petrópolis em 15 de fevereiro resultaram em alagamentos na cidade da região Serrana do Rio de Janeiro e em deslizamentos no Morro da Oficina. Até o momento, a prefeitura do município confirmou a morte de 233 pessoas, mas as equipes ainda tentam localizar quatro vítimas desaparecidas. Bombeiros de diversos estados auxiliaram as equipes fluminenses.